Manoel Correia de Oliveira Andrade

Manoel Correia de Oliveira Andrade e o seu olhar crítico para o Nordeste
Heitor Carvalho e Humberto Paiva Fonseca
            Geógrafo e Historiador, Manoel Correia de Oliveira Andrade ministrou aulas em várias universidades pelo país, entre elas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Sempre muito ligado às questões sociais, escreveu mais de 80 obras entre livros e artigos, sendo o de maior relevância  “A terra e o homem no Nordeste (1963)”, citado por muitos estudiosos como um pilar para a geografia agrária brasileira. A exemplo, Lenyra R. da Silva cita:
Manoel Correia, apesar de ter recebido, como qualquer outro geógrafo da sua época, a influência dessas escolas, soube proceder a uma leitura dos fatos sociais em que associa um pouco de historicismo e de fenomenologia racionalista, quando, com competência, parte de um fenômeno social para outro. (Silva, 1995, p.156).
            Sempre crítico, Andrade foi influenciado pela escola Marxista, ligado a questões como a reforma agrária, escrevendo várias obras acerca do tema como  “A questão do território no Brasil (1995)” e “Lutas camponesas no Nordeste (1986)”. Nessas produções o autor expõe a discussão das relações de trabalho no meio rural, do procedimento da ocupação do espaço do Nordeste brasileiro, e deixa claro sua posição a favor da reforma agrária do país, contudo, no Nordeste principalmente, cujo local vivia intensos conflitos, como, por exemplo, a luta das Ligas Camponesas em Pernambuco, sua terra natal, e na Paraíba.
            Além disso, Andrada embasa acerca de questões como a economia, sendo o livro de principal expoente no assunto a  “Geografia Econômica(1972)”, sempre colocando o Nordeste como seu ponto de apoio, e retratando a vida daquela população.
             Manoel Correia de Oliveira Andrade, ao longo de sua vida, sempre esteve muito ligado a militâncias, sejam elas acadêmicas ou políticas, no período de 1961-1962 foi presidente da Associação de Geógrafos Brasileiros(AGB), em 1965 é convidado a se retirar do país pelo governo militar pois suas ideologias se contrapunham às adotadas nesse período. Mesmo vivendo na França continua com seu árduo trabalho de expor a problemática da distribuição de renda e da geográfica política e econômica.

            Andrade veio a falecer em 2007 ,aos 84 anos, deixando um trabalho admirável, sendo um dos maiores geógrafos de atuação no Brasil, reconhecido internacionalmente e nacionalmente, seus estudos sobre o Nordeste abrangem desde a vida e cotidiano até a economia daquela região.   

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


FELIPE, José Lacerda Alves. Discurso proferido no auditório da reitoria a 7 de junho de 1995. In: FELIPE, José Lacerda A. (org.). Manoel Correia de Andrade: o geógrafo e o cidadão. Natal: UFRN, 1995.

RIBEIRO, Wagner Costa; SOARES, Paulo Roberto Rodrigues. Manoel Correia De Andrade, O Nordeste A Geografia e a Reforma Agraria <http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-288.htm>. 07/11/2014.

ANDRADE, Manoel Correia de, Geopolítica do Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1985.

ANDRADE, Manoel Correia de . A Terra e o homem no Nordeste. 4 ed. São Paulo: Livraria Editora Ciências Humana, 1980.

ANDRADE,  Manoel Correia de. Geografia Econômica. Difel, S.P.,1985.

SILVA, Lenyra Rique da. Revisão da questão agrária brasileira a partir da ótica de Manoel Correia. In: FELIPE, José Lacerda A. (org.). Manoel Correia de Andrade: o geógrafo e o cidadão. Natal: UFRN, 1995. 

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